O ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) destacou os desafios enfrentados pelas agências reguladoras no Brasil em uma entrevista recente. Ele enfatizou que o orçamento destinado a essas instituições tem sido insuficiente, o que prejudica sua atuação. Segundo ele, a ideia de que as agências não funcionam é equivocada, pois já houve períodos em que a influência política era menor, permitindo uma operação mais eficiente.
Kelman apontou uma preocupação crescente com a atual prática de nomeações para as agências, que frequentemente depende de conexões políticas, como a necessidade de ter um “padrinho político”. Essa dinâmica, segundo ele, compromete a competência técnica das direções e pode levar a resultados negativos para a população, como a elevação de tarifas e a diminuição da qualidade dos serviços prestados.
O ex-diretor alertou que, se as agências forem transformadas em entidades totalmente subordinadas ao governo, isso resultará em um aumento do risco para investimentos no setor, gerando custos mais altos e uma menor competição entre prestadores de serviços. Ele reforçou a importância de manter a independência e o fortalecimento dessas instituições para garantir serviços públicos de qualidade e acessíveis à população.