A inflação medida pelo IPCA-15 em outubro apresentou um aumento de 0,54%, superando as expectativas do mercado. Esse índice, que acumulou 4,47% nos últimos 12 meses, levanta preocupações sobre a perda do poder de compra da população, que se torna evidente quando se considera que R$ 100,00 de um ano atrás agora correspondem a apenas R$ 95,50 em bens e serviços. Essa perda é ainda mais acentuada ao longo do tempo, com uma inflação média de 4,5% resultando em uma diminuição de 19,25% no poder de compra em quatro anos.
Várias causas são apontadas para o aumento da inflação, incluindo a recuperação do mercado de trabalho, que, embora positiva, leva a um aumento da demanda sem a correspondente elevação na capacidade produtiva. Isso gera pressão inflacionária, reforçada por estímulos do governo, como aumento de gastos públicos e crédito subsidiado. Tais medidas, embora possam impulsionar o PIB a curto prazo, não representam um crescimento sustentável e podem resultar em consequências inflacionárias a médio e longo prazo.
A ineficácia da atual política de expansão de gastos públicos tem afetado as contas do governo e contribuído para a desvalorização da moeda, elevando a inflação. O Banco Central, por sua vez, tem atuado tecnicamente para conter a inflação através do aumento da taxa de juros, apesar das pressões políticas para uma redução. A pressão sobre a nova diretoria do Comitê de Política Monetária, prevista para 2025, pode levar a um cenário de descontrole inflacionário caso as taxas sejam reduzidas sem a devida consideração das condições econômicas.