O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, destacou a atual disputa diplomática relacionada às mudanças climáticas, enfatizando a necessidade de estabelecer normas e parâmetros justos para enfrentamento da crise ambiental. Ele apontou a taxação da emissão de carbono e a regulamentação do aço verde como questões centrais, alertando que tais medidas podem impactar desproporcionalmente os países mais pobres, favorecendo os mais ricos. Mercadante também mencionou o pedido do Brasil à União Europeia para suspender regras de comércio exterior ligadas ao desmatamento, defendendo a elaboração de propostas mais abrangentes.
Durante um evento no Rio de Janeiro, Mercadante participou do lançamento da iniciativa Climate Scanner, uma ferramenta que permitirá a avaliação e monitoramento das políticas climáticas globais. O projeto, desenvolvido pela Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai) com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), tem como objetivo aprimorar a transparência e a eficácia das ações governamentais no combate às mudanças climáticas. Com um investimento de US$ 1 milhão do BNDES, a plataforma buscará fornecer dados padronizados sobre os esforços de diferentes países.
A metodologia do Climate Scanner será organizada em três eixos: governança, financiamento climático e políticas públicas, com resultados iniciais a serem apresentados durante a COP29 no Azerbaijão. O projeto envolve 141 nações comprometidas com a melhoria das políticas públicas e prevê a coleta e divulgação de dados acessíveis ao público. O presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, enfatizou que a uniformização dos parâmetros permitirá uma melhor comparação entre os esforços dos países, essencial para identificar as necessidades de financiamento e a eficácia das iniciativas climáticas.