O deputado federal Tarcísio Motta (PSOL-RJ) enviou um ofício à ministra da Saúde, Nísia Trindade, pedindo a retestagem de todos os pacientes que realizaram exames no laboratório PCS Lab Saleme, após um caso de infecção por HIV em pacientes que receberam transplantes de órgãos. O parlamentar também requisitou cópias dos contratos administrativos do laboratório e a remessa das informações ao Tribunal de Contas da União (TCU). Motta ressaltou a gravidade da situação, que expõe relações preocupantes entre a política local e interesses privados.
O laboratório, localizado em Nova Iguaçu, foi contratado pelo governo estadual para realizar os testes nos doadores de órgãos. Em dezembro de 2023, um contrato no valor aproximado de R$ 11 milhões foi firmado pela Fundação Saúde, com validade de um ano. Após a confirmação das infecções, as autoridades iniciaram a retestagem de órgãos de outros 288 doadores, enquanto os pacientes afetados já foram informados sobre a situação.
Em resposta ao escândalo, a empresa declarou que uma sindicância interna indicou a possibilidade de erro humano em dois testes de HIV, resultando nas infecções. Walter Vieira, sócio do laboratório, foi preso pela Polícia Civil durante a Operação Verum. A defesa dos envolvidos negou veementemente a existência de qualquer esquema criminoso e afirmou que estão dispostos a colaborar com as investigações.