A 3.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu, por unanimidade, que dois réus serão levados a júri popular pela tentativa de homicídio de um empresário em 2018, durante uma manifestação em frente a um conhecido instituto político. Os desembargadores afirmaram que as provas apresentadas no processo indicam que os réus assumiram o risco de causar a morte, caracterizando dolo eventual. A confusão ocorreu em um protesto contra a prisão do ex-presidente, resultando em um empurrão que levou a vítima a colidir com um caminhão, causando lesões graves.
O empresário, que sofreu traumatismo craniano, passou por cirurgia e ficou internado por 20 dias na UTI. Os desembargadores ressaltaram que as circunstâncias do caso, como a motivação política dos réus e a intolerância em relação a opiniões divergentes, devem ser avaliadas pelos jurados. A defesa argumentou que os réus não tinham consciência do movimento do tráfego na rua no momento da agressão, mas a acusação manteve que não há dúvidas sobre o risco que os réus assumiram ao empurrar a vítima em uma via pública movimentada.
Durante a investigação, os réus tiveram a prisão preventiva decretada e passaram sete meses detidos antes de obter um habeas corpus. A defesa da família da vítima considerou a decisão do tribunal como correta e em consonância com as provas, destacando a responsabilidade dos réus em relação ao crime. A conclusão do julgamento reafirma a confiança na responsabilização dos envolvidos, destacando a gravidade do incidente e a necessidade de justiça.