A Suprema Corte de Londres decidiu que um britânico, que auxiliou sua esposa com uma doença terminal a viajar para a Suíça para realizar a eutanásia, deve ter o direito de herdar parte de seu patrimônio. Myra Morris faleceu em dezembro de 2023 após administrar uma overdose de pentobarbital, enfrentando uma condição degenerativa e incurável que lhe causava dores constantes. A corte considerou que o marido, Philip, havia agido por compaixão, tentando persuadi-la a não seguir com a decisão, mas relutantemente ajudou-a em sua escolha de pôr fim à própria vida.
Philip Morris inicialmente foi impedido de herdar devido à lei inglesa que pune o auxílio ao suicídio, o que o levou a recorrer ao Tribunal Superior. Durante o julgamento, o juiz ressaltou que a ação de Philip foi motivada por uma tentativa de apoiar a esposa em sua luta contra o sofrimento, destacando a complexidade das questões legais que cercam a eutanásia e o suicídio assistido no Reino Unido. Além disso, o caso evidencia as preocupações enfrentadas por pessoas com doenças terminais que consideram essa opção, refletindo a incerteza jurídica que envolve tais decisões.
O tribunal também abordou os riscos legais que familiares enfrentam ao acompanhar entes queridos em viagens para a eutanásia em outros países, como a Suíça, onde a prática é legal. No Reino Unido, a assistência ao suicídio pode resultar em penas de até 14 anos de prisão. A decisão da Suprema Corte surge em um contexto de discussão legislativa sobre a morte assistida, com um projeto de lei previsto para ser apresentado ao Parlamento na próxima semana, indicando uma possível mudança nas normas sobre esse tema sensível.