Durante o debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo, um tema central foi a proposta que tramita na Câmara dos Deputados para conceder anistia a pessoas condenadas por tráfico de drogas que, sob a nova interpretação do Supremo Tribunal Federal, não se enquadram mais como criminosos. Esta proposta, apresentada por um grupo de deputados, busca desclassificar o porte de pequenas quantidades de maconha como crime, permitindo que usuários mantenham até 40 gramas ou seis plantas para uso pessoal.
O candidato Guilherme Boulos, embora associado ao partido que propõe a anistia, não apoiou o projeto. A questão se tornou ainda mais controversa quando outro candidato, Ricardo Nunes, fez declarações nas redes sociais insinuando que os eleitores que se identificam com o tráfico deveriam apoiar Boulos. Essa afirmação levou a um desdobramento judicial, onde a Justiça Eleitoral determinou que Nunes oferecesse um direito de resposta a Boulos, considerando que sua declaração extrapolou o limite da crítica política, ofendendo a honra do concorrente.
A decisão judicial ressaltou que a liberdade de expressão tem limites em campanhas eleitorais, especialmente quando se trata da honra e imagem dos candidatos. O Tribunal Regional Eleitoral rejeitou o recurso de Nunes, consolidando a decisão que visava proteger a integridade das discussões eleitorais e a reputação dos envolvidos. O tema da anistia e as implicações de suas declarações continuam a ser um ponto de discórdia na campanha.