O debate sobre a possibilidade de retomar as doações privadas de empresas para campanhas eleitorais, extintas desde 2015, voltou à pauta entre parlamentares e membros do governo. Defensores da proposta argumentam que a reabertura desse modelo de financiamento poderia reduzir o valor do fundo eleitoral, que em 2024 deve atingir quase R$ 5 bilhões. No entanto, críticos ressaltam que tal prática pode perpetuar interesses corporativos nas eleições, levantando questões sobre a ética do financiamento político.
O líder do governo no Congresso, um dos apoiadores da discussão, menciona a necessidade de uma mudança constitucional, visto que o Supremo Tribunal Federal já considerou a doação empresarial inconstitucional. Embora alguns ministros do governo vejam com bons olhos uma revisão do atual modelo de financiamento, outros preferem não abordar o tema como uma prioridade governamental. Essa divisão interna reflete a falta de consenso sobre a melhor abordagem para a reforma do financiamento eleitoral.
A divergência também é evidente entre os presidentes de partidos. Enquanto alguns, como o líder de um dos maiores partidos, defendem a volta das doações, outros se opõem, considerando essa mudança um retrocesso democrático. Essa polarização indica que, embora a discussão sobre o financiamento privado esteja em pauta, a falta de um clima político favorável e a opinião pública contrária dificultam a viabilidade de uma mudança significativa nas regras atuais de financiamento de campanhas eleitorais.