A Danone do Brasil rejeitou as afirmações de que havia interrompido a compra de soja brasileira, em resposta a comentários feitos pelo diretor financeiro da empresa, Juergen Esser. Em uma declaração à Reuters, Esser mencionou que a gigante de laticínios francesa havia parado de importar soja do Brasil devido a questões de sustentabilidade, mas não forneceu detalhes específicos sobre os motivos. Em contrapartida, a Danone assegurou que continua adquirindo soja brasileira em conformidade com as regulamentações locais e internacionais, ressaltando a importância do insumo em sua cadeia de suprimentos.
O governo brasileiro, por sua vez, criticou as declarações de Esser e a postura de empresas do setor agroalimentar europeu que optaram por suspender a compra de soja nacional. Em um comunicado, o Ministério da Agricultura defendeu a legislação ambiental rigorosa do Brasil, que visa combater o desmatamento ilegal e promover uma produção agrícola responsável. Além disso, destacou que a nova regulamentação da União Europeia, voltada a garantir que os produtos não provenham de áreas desmatadas, poderia ter um impacto negativo sobre o acesso dos produtos brasileiros ao mercado europeu.
As tensões entre o Brasil e a União Europeia se intensificaram, com o governo brasileiro considerando as normas propostas como arbitrárias e unilaterais. O Brasil argumenta que as exigências da nova regulamentação europeia podem elevar custos e dificultar a participação de pequenos produtores no mercado. Em resposta, o país apresentou modelos eletrônicos ao bloco europeu, demonstrando seu compromisso com a rastreabilidade e transparência na produção agrícola, buscando soluções que respeitem a soberania dos países produtores.