O Censo Escolar de 2019 revelou um aumento de 16% na matrícula de crianças pretas na educação básica, indicando um progresso no acesso à educação. No entanto, essa melhoria numérica não reflete a superação das desigualdades raciais, uma vez que o racismo estrutural continua a impactar a qualidade do ensino e os resultados acadêmicos. O relatório do Unicef destaca a persistência da discriminação racial e como isso compromete o futuro de crianças e adolescentes, reforçando a necessidade de proteger os direitos de todos.
A discussão sobre racismo nas escolas é abordada por pesquisadores que apontam práticas discriminatórias, como punições severas a alunos negros e a falta de representatividade entre os educadores, que afetam negativamente a formação da identidade desses estudantes. O racismo se manifesta também em formas sutis, onde a ausência de afeto e atenção a crianças negras é um ato discriminatório. A falta de recursos e a infraestrutura precária nas escolas públicas, especialmente em áreas periféricas, perpetuam essas desigualdades, criando um ambiente que dificulta o desenvolvimento pleno dos alunos.
Para combater o racismo estrutural, é fundamental a implementação de um currículo inclusivo que valorize a diversidade cultural e histórica da população negra. As especialistas sugerem ações diárias nas escolas para promover diálogos sobre questões raciais, além da formação continuada de docentes e a adoção de uma abordagem decolonial no ensino. Somente com essas intervenções será possível transformar as instituições educacionais e criar um ambiente mais justo e igualitário para todas as crianças.