O presidente da Rússia, Vladimir Putin, inicia nesta terça-feira (22) a Cúpula dos Brics em Kazan, reunindo cerca de 20 líderes internacionais com o objetivo de demonstrar que a tentativa do Ocidente de isolar o país em decorrência do conflito com a Ucrânia não teve sucesso. Este evento é considerado por Moscou como o mais importante encontro diplomático realizado na Rússia nos últimos anos. Além disso, Putin se encontrará com o secretário-geral da ONU, que fará sua primeira visita ao país em mais de dois anos, refletindo a complexidade das relações internacionais atuais.
A cúpula não apenas enfatiza a busca da Rússia por aliados em meio a tensões geopolíticas, mas também a discussão sobre a criação de uma nova categoria de países parceiros do bloco, o que pode incluir nações com laços variados com o Ocidente. O Kremlin se esforça para reforçar que a Rússia está longe de estar isolada, contando com a presença de líderes de países como Índia e Turquia, além de forjar relações com adversários dos Estados Unidos, como China e Irã. Essa estratégia visa contrabalançar a influência ocidental e promover uma nova ordem mundial.
O Brics, criado em 2006, já ampliou sua composição com a adesão de novos membros durante a cúpula em Joanesburgo e discute a inclusão de países adicionais, como Turquia, Azerbaijão e Malásia. No entanto, a posição do Brasil em relação a aliados tradicionais na América Latina, como Venezuela e Nicarágua, tem se mostrado complexa, refletindo um cenário diplomático em evolução. Com esses movimentos, o bloco busca estabelecer uma nova dinâmica nas relações internacionais, promovendo uma abordagem mais diversificada e inclusiva.