A 16ª Cúpula dos Brics, que ocorrerá entre os dias 22 e 24 de outubro em Kazan, na Rússia, será marcada pela definição dos critérios para que novos países possam se associar ao bloco como parceiros. Entre as exigências já estabelecidas, destacam-se a defesa da reforma da ONU e a manutenção de relações amistosas com os atuais membros, como Rússia, China e Irã. O secretário do Itamaraty de Ásia e Pacífico, Eduardo Paes Saboia, enfatizou a importância de discutir critérios que também levem em conta a representação geográfica, visando evitar sub-representação de determinadas regiões no bloco.
Outro ponto relevante da cúpula será a discussão sobre estratégias para diminuir a dependência do dólar nas transações comerciais entre os países do Brics, além de explorar alternativas ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial, dominados por potências ocidentais. As negociações sobre esse tema têm sido abordadas em encontros anteriores e devem ser refletidas na declaração final da cúpula, que delineará a posição conjunta dos líderes participantes.
O Brics, que atualmente abriga dez membros plenos, tem atraído o interesse de várias nações que desejam se unir ao grupo. A estimativa é que o bloco concentre aproximadamente 36% do PIB global, superando o G7, que reúne as maiores economias do mundo. A cúpula de Kazan será uma oportunidade crucial para os líderes debaterem não apenas a expansão do Brics, mas também as diretrizes para fortalecer a governança global em um cenário de crescente multipolaridade.