Um dia após a exclusão da Venezuela da lista de países convidados a se tornarem membros do Brics, o presidente Nicolás Maduro fez um discurso na cúpula realizada em Kazan, Rússia, onde afirmou sua intenção de se considerar parte do bloco. Ele recebeu apoio do presidente russo, que defendeu a inclusão da Venezuela, enquanto a China reiterou seu apoio à expansão do Brics, destacando a importância de integrar nações não alinhadas aos interesses dos Estados Unidos. O Brasil, por sua vez, buscou uma abordagem que preserve a unidade do grupo, propondo a inclusão de países que ainda não tenham direitos plenos de adesão.
Durante o encontro, os líderes abordaram a necessidade de reformar a governança econômica global, criticando o atual sistema monetário que favorece os interesses de países ocidentais. O presidente russo manifestou oposição às sanções impostas pelos Estados Unidos e seus aliados, defendendo mudanças na estrutura do Conselho de Segurança da ONU. As discussões também se estenderam à situação no Oriente Médio, onde Putin alertou sobre o risco de um conflito mais amplo, enquanto o chanceler brasileiro mencionou a situação em Gaza como uma grave crise humanitária.
Além disso, a cúpula destacou as tensões políticas globais, com a eleição nos Estados Unidos sendo vista como um elemento que poderia agravar as relações internacionais, caracterizadas por uma nova Guerra Fria. O encontro enfatizou a necessidade de cooperação entre os países do Brics em um momento de crescente polarização global e instabilidade regional, refletindo a busca por uma nova ordem mundial que contrabalanceie a influência ocidental.