Na 16ª Cúpula do Brics, encerrada em Kazan, o presidente da Rússia buscou reafirmar sua influência no cenário internacional após a invasão da Ucrânia. Com a participação de delegações de 35 países, incluindo líderes de potências como China e Índia, Putin utilizou o evento para desafiar a imagem de isolacionismo. Durante a cúpula, foram discutidas propostas que visam reformar a governança global, coordenar ações em fóruns como o G-20 e potencialmente expandir a associação do Brics para incluir mais países, como Cuba e Bolívia, apesar da resistência de algumas nações, como o Brasil.
A Rússia também se destacou ao apresentar iniciativas financeiras que visam reduzir a dependência do dólar americano nas transações internacionais. Putin mencionou a criação de um sistema de pagamentos que permita o uso de moedas nacionais entre os membros do Brics, além de um protótipo de uma nova moeda comum, chamada R5. Essa proposta reflete um movimento mais amplo para desafiar a hegemonia financeira dos Estados Unidos e fortalecer a cooperação econômica entre os países do Sul Global.
Além das discussões econômicas, a cúpula teve implicações políticas significativas. A proposta de Dilma Rousseff para continuar como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento foi aprovada, refletindo a importância da instituição na cooperação financeira do grupo. A Rússia e o Brasil buscaram alinhar suas estratégias para fortalecer a relevância do Brics em um mundo marcado por tensões geopolíticas e econômicas, mostrando uma disposição conjunta para enfrentar desafios globais em um contexto de crescente rivalidade com o Ocidente.