O governo de Cuba implementou medidas drásticas nesta sexta-feira (18), fechando escolas e negócios não essenciais, além de determinar que a maioria dos funcionários públicos ficassem em casa, em uma tentativa de enfrentar a grave crise de energia que afeta o país. Milhões de cubanos estão enfrentando apagões que ultrapassam 12 horas diárias, com regiões fora da capital, Havana, recebendo menos de seis horas de eletricidade por dia. As autoridades da União Elétrica Nacional de Cuba (UNE) informaram que os serviços governamentais não essenciais seriam suspensos até domingo (20), e apenas trabalhadores de setores críticos, como alimentação e saúde, permaneceriam em atividade.
Os apagões recorrentes são atribuídos a uma combinação de fatores, incluindo tempestades, deterioração da infraestrutura e escassez de combustível, que aumentaram a demanda por eletricidade. O primeiro-ministro Manuel Marrero destacou que a situação foi agravada pela redução das remessas de petróleo da Venezuela, que caiu para uma média de 32,6 mil barris por dia, cerca de metade do volume enviado no ano anterior. Além disso, a passagem do furacão Milton prejudicou ainda mais a capacidade da ilha de fornecer combustível para suas centrais elétricas.
As dificuldades enfrentadas por Cuba também são atribuídas ao embargo dos Estados Unidos e às sanções impostas em administrações anteriores, que dificultam a aquisição de recursos essenciais para a operação das usinas. Apesar do cenário desafiador, as autoridades de eletricidade expressaram esperança de que a situação melhore nos próximos dias, sinalizando um possível alívio para a população que enfrenta a crise energética.