O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, expressou na última sexta-feira (25) seu descontentamento com a oposição brasileira à inclusão da Venezuela nos Brics, um grupo de países emergentes. Rodríguez considerou a posição brasileira vergonhosa e ofensiva, vinculando-a a resquícios do bolsonarismo e afirmando que a atitude contrasta com o espírito e os princípios da reunião do bloco. A crítica foi reforçada por um comunicado do governo venezuelano, que classificou o veto como uma agressão ao povo venezuelano.
Além das críticas à postura brasileira, o governo da Venezuela também fez comparações com as políticas do ex-presidente brasileiro, que havia reconhecido um opositor como presidente interino da Venezuela e rompido relações diplomáticas com o atual governo. O comunicado focou sua indignação no Itamaraty, especialmente em relação ao secretário responsável pelas negociações nos Brics, sem mencionar diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou o ministro das Relações Exteriores.
Em meio a essa tensão, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusou Lula de ter mentido sobre um acidente doméstico que o impediu de participar da cúpula dos Brics. Saab sugeriu que o presidente brasileiro manipulou a situação como justificativa para a sua ausência e que isso poderia ter relação com a negativa da Venezuela ao bloco. Essas declarações refletem um aumento nas hostilidades diplomáticas entre os dois países, indicando um cenário complexo nas relações bilaterais.