Nos últimos meses, as relações entre Brasil e Venezuela, historicamente próximas, passaram por uma crise significativa, marcada por divergências públicas e desconfiança mútua. A situação começou a se deteriorar em março de 2024, quando o governo brasileiro expressou preocupação com o processo eleitoral venezuelano, especialmente após a inabilitação de candidatos da oposição e a restrição ao registro de novas candidaturas. O governo brasileiro, que havia atuado como mediador de um acordo para eleições livres, viu sua credibilidade questionada, levando a um distanciamento nas relações diplomáticas.
Os eventos se intensificaram após a eleição presidencial na Venezuela, onde a vitória do presidente Nicolás Maduro foi reconhecida, mas sem a transparência esperada. A situação culminou em uma série de declarações que refletiram a crescente frustração de ambos os lados, com o governo venezuelano convocando seu embaixador em Brasília em resposta a comentários considerados intervencionistas por parte do governo brasileiro. Essa convocação é um sinal claro de descontentamento diplomático, indicando a gravidade da crise nas relações bilaterais.
A cronologia dos acontecimentos revela uma transição de apoio a Maduro por parte do Brasil, com encontros e declarações amistosas, para uma crescente desconfiança e tensão. O afastamento das posições de Lula e Maduro destaca como as mudanças nas condições políticas e eleitorais podem impactar as relações internacionais, enfatizando a complexidade dos laços que unem os dois países e os desafios que se apresentam no futuro das interações diplomáticas.