Em 2019, Carlos Eduardo Muzy iniciou sua jornada como anfitrião no Airbnb, alugando seu apartamento em Ipanema, o que rapidamente se transformou em um negócio gerenciando cerca de 100 propriedades. O aumento significativo no número de anúncios de aluguéis de curta duração na região, que passou de 24% desde então, reflete uma mudança no mercado imobiliário do Rio de Janeiro, trazendo desafios para condomínios e competição para os hotéis locais. Muzy, ao expandir sua empresa SuhcasaCopacabana, agora oferece serviços de gestão de aluguel, empregando equipes para cuidar de aspectos como limpeza e decoração das propriedades.
Esse crescimento do mercado de aluguéis de curta duração não é isento de controvérsias. Moradores de áreas como Ipanema e Copacabana relatam que a presença do Airbnb tem pressionado os preços dos aluguéis, dificultando a busca por opções de longo prazo. A situação é semelhante em outras cidades, como a Cidade do México, onde o governo já começou a implementar restrições. Especialistas alertam que é uma questão de tempo até que medidas semelhantes sejam adotadas no Rio, principalmente em relação à tributação das empresas de gestão de aluguéis que competem diretamente com os hotéis.
As tensões também se manifestam entre síndicos de condomínios, que enfrentam desafios como festas barulhentas e preocupações com a segurança. Embora alguns síndicos busquem maneiras de proibir os aluguéis de curta duração, muitos hesitam devido à dependência financeira que os proprietários desenvolveram em relação a essa nova forma de renda. Há um esforço para equilibrar as preocupações dos moradores com as demandas dos proprietários, tornando a situação cada vez mais complexa para a administração de condomínios na cidade.