Na Catalunha, especialmente em Barcelona, a insatisfação com o turismo excessivo tem se intensificado, com 48% dos residentes acreditando que a região recebe turistas estrangeiros em demasia. Esse descontentamento resultou em protestos, destacando os efeitos negativos do turismo, como aumento do barulho, da sujeira e da gentrificação, que ameaça a identidade cultural local. Além disso, 28% dos espanhóis expressam uma visão negativa dos turistas, refletindo um sentimento crescente de saturação nas áreas mais visitadas da cidade.
Em 2023, Barcelona recebeu cerca de 15,6 milhões de turistas, quase dez vezes o número de seus habitantes. Apesar de o turismo ser uma parte importante da economia local, gerando empregos e receita, os moradores reclamam do impacto que essa atividade tem sobre o custo de vida, especialmente em relação aos aluguéis, que aumentaram significativamente nos últimos anos. A situação é agravada pela precarização dos empregos no setor, com muitos trabalhadores tendo que morar fora da cidade devido aos altos custos.
Diante desse cenário, as autoridades locais têm implementado medidas para gerenciar o turismo e aliviar a pressão sobre as comunidades. Entre as iniciativas estão a limitação de novas licenças para alojamentos turísticos e a priorização da proteção da moradia em relação ao turismo. No entanto, há um ceticismo sobre a eficácia dessas ações e uma preocupação com a verdadeira capacidade da administração pública em equilibrar o desenvolvimento econômico e o bem-estar dos moradores. A situação em Barcelona reflete uma tendência mais ampla observada em várias cidades europeias, onde o turismo em massa gera tensões sociais e culturais.