O número de matrículas no ensino superior a distância no Brasil está quase igual ao das aulas presenciais, com 4,9 milhões de alunos em EAD e 5,06 milhões no modelo presencial em 2023, conforme dados do Censo da Educação Superior. Esse crescimento na modalidade a distância, que teve um aumento de 700% nos últimos dez anos, se deve principalmente à sua acessibilidade e custos mais baixos, enquanto as matrículas presenciais têm mostrado uma queda. Especialistas ressaltam a importância de aumentar a fiscalização sobre os cursos a distância para preservar a qualidade, especialmente em áreas estratégicas, como a formação de professores.
O Ministério da Educação (MEC) está implementando reformulações nas normas para a educação a distância, incluindo uma suspensão na criação de novos cursos até março do próximo ano. Essas medidas visam revisar os parâmetros de qualidade, com foco em garantir que pelo menos 50% das aulas nos cursos de licenciatura sejam presenciais. Apesar do crescimento acentuado da EAD, que foi impulsionado pela pandemia, há preocupações sobre a formação de professores, dado que 67% dos matriculados em licenciaturas estão em cursos a distância.
Os dados também mostram um aumento de 19% nas matrículas na rede pública, que agora atinge 1 milhão de vagas, embora a maioria das vagas do ensino superior ainda esteja na rede privada, que possui 23,6 milhões de lugares. O MEC atribui esse aumento a novos investimentos, embora reitores de universidades federais tenham solicitado recursos adicionais ao governo para garantir o funcionamento das instituições. O crescimento contínuo no número de matrículas indica uma demanda persistente por educação superior no Brasil, refletindo o desejo dos jovens de prosseguir seus estudos.