As mortes registradas no trânsito no Estado de São Paulo aumentaram de janeiro a setembro deste ano, atingindo um total de 4.605 óbitos, o que representa um acréscimo de 19% em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da plataforma Infosiga. O grupo mais afetado foi o dos motociclistas, com 1.925 mortes e um aumento de 20,4%. Também houve crescimento nas mortes de pedestres (1.068 casos, alta de 17,9%), ciclistas (317, aumento de 17,8%) e ocupantes de automóveis (1.023, com uma elevação de 16,9%).
O procurador do Trabalho Renan Kalil, em entrevista à Rádio Eldorado, destacou que diversos fatores contribuem para a violência no trânsito, incluindo a influência das plataformas digitais de entrega de alimentos e produtos. Ele argumentou que essas empresas impõem um ritmo acelerado de trabalho aos entregadores, que se tornam vulneráveis a penalizações como suspensões e bloqueios, dependendo do tempo de entrega estipulado pela plataforma. Essa pressão pode levar a comportamentos de risco nas vias.
Kalil também mencionou que, embora exista uma legislação que proíbe práticas prejudiciais nesse contexto, a fiscalização ainda não é adequada. O aumento das mortes no trânsito levanta questões sobre a responsabilidade das plataformas e a necessidade de uma supervisão mais eficaz para garantir a segurança dos trabalhadores e dos usuários das vias. A situação exige uma análise crítica dos fatores que impactam a segurança no trânsito e a implementação de políticas que promovam a proteção de todos os envolvidos.