O Brasil tem observado um aumento significativo no número de guardas civis municipais, com dados do IBGE indicando que, de 2019 a 2023, o número de cidades com guarda civil passou de 1.188 para 1.322, representando um crescimento de 25%. Além disso, as guardas civis armadas também cresceram, aumentando de 266 para 396, o que equivale a 30% do total de guardas. Esse crescimento é mais acentuado nas cidades com até 10 mil habitantes, especialmente na Região Norte, onde a violência tem aumentado. Os dados indicam que as guardas civis estão cada vez mais assumindo funções de patrulhamento, tradicionalmente desempenhadas pela Polícia Militar, superando a segurança de eventos como a segunda maior função dessas corporações.
O contexto desse crescimento ocorre em meio a uma redução no efetivo das polícias Militar e Civil, que registraram quedas de 4,4% e 7,9%, respectivamente, entre 2019 e 2023. A preocupação crescente com a segurança entre os cidadãos também está influenciando as promessas de candidatos a prefeito, com 30% deles planejando ampliar as guardas civis nas próximas eleições. Essa situação reflete um cenário em que os municípios buscam alternativas para lidar com a insegurança e atender à demanda da população por mais segurança.
Além do aumento das guardas civis, as pesquisas do IBGE revelam um crescimento nos fundos e planos de segurança pública, bem como um aumento no número de delegacias especializadas. Por outro lado, observou-se uma queda na criação de órgãos dedicados aos direitos humanos, o que pode indicar uma priorização das estruturas de segurança em detrimento de iniciativas de promoção de direitos. Os dados destacam a complexidade do panorama de segurança no Brasil e a necessidade de estratégias integradas que atendam tanto à segurança pública quanto à proteção dos direitos humanos.