A violência contra médicos tem se tornado uma preocupação crescente nas unidades de saúde de Piracicaba, SP. Um médico da rede municipal relatou incidentes alarmantes, incluindo ameaças com armas e invasões de unidades de saúde por acompanhantes de pacientes. Um exemplo destacado foi de um homem armado que, frustrado com a espera pela transferência de sua esposa, ameaçou que alguém pagaria o preço caso ela morresse, criando um clima de medo entre os profissionais de saúde.
O estado de São Paulo é o epicentro dos casos de violência contra médicos no Brasil, com quase a metade dos 38 mil casos registrados entre 2013 e 2024. O médico atuante na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Piracicamirim explicou que, apesar de seguirem um protocolo de triagem para priorizar atendimentos, a pressão emocional e a impaciência dos acompanhantes podem levar a situações de agressão, tanto verbal quanto física.
Além dos episódios individuais, o profissional ressaltou que a violência muitas vezes está relacionada a questões de gestão pública e infraestrutura inadequada na saúde, como a falta de médicos e a necessidade de aumentar a capacidade de atendimento dos hospitais. A Secretaria de Saúde informou que fornece apoio jurídico aos médicos que enfrentam agressões, mas o clima de insegurança persiste nas unidades de saúde, afetando tanto os profissionais quanto os pacientes.