Um dia após o sequestro de nove ônibus na zona oeste do Rio de Janeiro, mais veículos foram atacados na zona norte, destacando a escalada da violência contra o transporte público. De acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Militar, as operações visam combater o roubo de veículos e cargas, mas a situação permanece alarmante, com um total de 136 ataques a ônibus registrados em um ano. Os criminosos costumam evacuar os passageiros e usar os ônibus para obstruir vias, o que afeta a mobilidade urbana e gera um impacto significativo na rotina dos cidadãos.
O diretor de Comunicação do Sindicato das Empresas de Ônibus do Rio de Janeiro alertou que os ataques e vandalismos causaram prejuízos estimados em R$ 75 milhões nos últimos dois anos. Esse valor poderia ter sido investido na compra de novos ônibus, mas a realidade é que muitos motoristas abandonam a profissão devido à insegurança e ao estresse gerados pelos crimes. A violência tem um efeito dominó, afetando não apenas os motoristas, mas também os passageiros, que frequentemente se sentem inseguros ao utilizar o transporte público.
Além das dificuldades financeiras enfrentadas pelas empresas de ônibus, o crime organizado impacta diretamente a mobilidade urbana e a economia da cidade. A falta de segurança e o vandalismo contribuem para a crise no setor de transporte, que já enfrentava desafios significativos antes da pandemia. Assim, o fechamento de empresas de ônibus não pode ser atribuído exclusivamente à violência, mas é um fator que compõe um cenário complexo de dificuldades econômicas e operacionais.