Uma pesquisa realizada pelo Observatório Nacional da Mulher na Política revelou que a participação feminina nas eleições municipais de 2024 aumentou em 1% em relação a 2020. Apesar de 86% dos municípios cumprirem a cota de 30% de candidaturas femininas, 772 cidades (14%) apresentaram pelo menos um partido que não atingiu esse mínimo. A média geral de candidaturas femininas entre os partidos foi de 35%, com três legendas se destacando por se aproximarem de 50% de mulheres candidatas. Por outro lado, partidos como PSDB, PT e PL foram os que mais desrespeitaram a cota em números absolutos, embora o grau de descumprimento proporcional tenha permanecido abaixo de 5%.
Embora o número de candidatas mulheres tenha crescido em geral, a quantidade de candidaturas para vereadoras apresentou uma queda significativa, com 27 mil mulheres a menos concorrendo em 2024 comparado a 2020. Nos municípios que não respeitaram a cota, a situação de desigualdade de gênero se torna ainda mais evidente. Partidos que superaram a média de 35% de candidaturas femininas ainda apresentaram taxas máximas de apenas 27% nas cidades onde a cota não foi cumprida, refletindo um cenário de sub-representação.
A pesquisa também sugere que a formação de federações partidárias pode ser uma solução para aumentar a representatividade feminina. Todas as federações analisadas apresentaram um índice de descumprimento inferior a 2%, demonstrando que a união de partidos contribui para o cumprimento das normas eleitorais. Desde a implementação das cotas femininas em 2009, os partidos brasileiros têm enfrentado dificuldades em respeitar as porcentagens estabelecidas, resultando em apenas 18% das cadeiras na Câmara dos Deputados e 12% no Senado ocupadas por mulheres.