O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que o recorde de arrecadação federal em setembro, que alcançou R$ 203,17 bilhões, é resultado da recomposição da base fiscal, após o término de medidas de ajuda às camadas mais ricas. Em sua visita a Washington, Haddad refutou o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), que atribui o crescimento econômico brasileiro a estímulos fiscais, ressaltando a necessidade de pagamento das despesas herdadas que não tinham fonte de financiamento. Entre as medidas que impactaram a arrecadação estão a taxação de offshores e a eliminação de benefícios a grandes empresas.
Nos primeiros nove meses de 2024, a arrecadação acumulada também bateu recorde, totalizando R$ 1,93 trilhão, com um aumento de 9,68% em relação à inflação oficial. Haddad enfatizou que o crescimento econômico do Brasil é sustentável e que o país está no caminho certo para manter esse desenvolvimento, mesmo diante de um cenário de controle inflacionário. Ele comentou a revisão do FMI, que aumentou a projeção de crescimento do PIB brasileiro para 3% em 2024, embora tenha reduzido a estimativa para 2025.
Durante sua estadia em Washington, Haddad se reuniu com autoridades da Casa Branca para discutir as relações bilaterais e questões do G20, onde o Brasil se opõe à proposta de taxação dos rendimentos dos super-ricos. A agenda do ministro sofreu alterações devido a esse encontro, resultando no cancelamento de uma reunião prevista com a agência de classificação de risco Fitch. Anteriormente, encontros com outras agências, como S&P Global e Moody’s, já haviam contribuído para a melhoria da nota da dívida do governo brasileiro.