A produção de cocaína na Colômbia atingiu um novo recorde em 2023, com 2,6 mil toneladas, representando um aumento de 53% em relação ao ano anterior. O relatório anual da Organização das Nações Unidas (ONU) revelou que a área de cultivo de folha de coca também cresceu, alcançando 253 mil hectares, um aumento de 10% em comparação a 2022. Esses dados marcam os maiores níveis registrados desde que a ONU começou a monitorar a situação em 2001, destacando a persistência do problema, mesmo após décadas de esforços de erradicação e acordos de paz.
Os cultivos estão concentrados principalmente em regiões como Cauca e Nariño, onde grupos armados mantêm controle sobre as atividades ilícitas. A produção de cocaína se tornou uma fonte significativa de renda para muitas comunidades rurais, que frequentemente carecem de alternativas econômicas viáveis. O presidente colombiano, ao assumir o cargo, criticou a abordagem tradicional da “guerra às drogas” e anunciou a intenção de adotar políticas mais focadas na prevenção do consumo e na aquisição estatal da colheita de coca.
Apesar do aumento na produção, a Colômbia também reportou um crescimento de 10% na apreensão de cocaína, segundo um memorando da Casa Branca. A situação evidencia um sistema complexo de criminalidade e a necessidade de uma abordagem holística que contemple segurança, justiça e oportunidades econômicas para as populações rurais. Estima-se que a renda média de famílias envolvidas no cultivo de coca seja inferior à metade do salário mínimo legal no país, o que leva muitos a dependerem dessa atividade como única fonte de subsistência.