Desde janeiro deste ano, ao menos 181 brasileiros solicitaram refúgio na Argentina, conforme dados da Comissão Nacional para os Refugiados (Conare). Até o final de setembro, todos os pedidos estavam em análise, com um aumento significativo nas solicitações entre maio e julho, quando foram registradas 47, 41 e 37 requisições, respectivamente. Essas informações foram divulgadas após um pedido de acesso à informação pública feito pelo jornal Tiempo Argentino.
A situação é complexa, pois muitos dos solicitantes de refúgio estão envolvidos em questões legais no Brasil, alegando perseguições e arbitrariedades nas decisões judiciais. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) já autorizou a extradição de 63 brasileiros que estão sob investigação, e a embaixada do Brasil em Buenos Aires recebeu quase 40 pedidos de extradição. Entretanto, enquanto os pedidos de refúgio não forem aceitos ou rejeitados, os solicitantes não podem ser deportados para o Brasil.
A análise das solicitações e a proposta de extradição revelam um cenário delicado de migração forçada, em que a Conare desempenha um papel crucial na proteção dos direitos dos solicitantes. Aqueles que obtiverem refúgio na Argentina estarão resguardados de serem extraditados, refletindo as complexidades das relações diplomáticas entre os dois países em um contexto de crescente tensão política.