Nos anos de 2022 e 2023, Rondônia registrou uma alarmante taxa de feminicídios, tornando-se o estado com a maior incidência desse tipo de crime no Brasil, com 44 mulheres assassinadas. Entre as causas apontadas estão a cultura de violência e o machismo profundamente enraizados na sociedade local, que desvalorizam a vida das mulheres e justificam comportamentos agressivos. A promotora de justiça da região destaca que muitos casos de violência são tolerados e até mesmo minimizados pela família e pela sociedade, refletindo uma mentalidade que perpetua o ciclo de abusos.
O contexto de violência é ainda mais preocupante com o aumento de tentativas de feminicídio, que cresceram 41% entre 2022 e 2023, totalizando 99 casos. Além disso, mais de 7,7 mil mulheres sofreram violência doméstica nos últimos dois anos, evidenciando uma realidade em que a proteção das vítimas é muitas vezes insuficiente. Organizações não governamentais e o Ministério Público atuam para oferecer suporte às vítimas e conscientizar a sociedade sobre a gravidade do problema, mas ainda há um longo caminho a percorrer.
Para mudar essa situação, especialistas afirmam que é fundamental promover uma reconstrução cultural que valorize a igualdade de gênero e os direitos das mulheres. O empoderamento feminino e a liberdade são vistos como pilares essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e segura, onde as mulheres possam viver sem o medo da violência. A mobilização social e a educação são apontadas como ferramentas cruciais para reverter esse quadro alarmante em Rondônia.