As universidades públicas da Argentina se preparam para uma grande manifestação em protesto contra os cortes drásticos nos gastos públicos impostos pelo governo. O descontentamento cresce após o presidente ter ameaçado vetar uma lei que garantiria o financiamento das instituições de ensino superior, em um contexto de crise econômica caracterizada por uma inflação anual que se aproxima de 240% e uma população com mais da metade vivendo na pobreza. O reitor da Universidade de Buenos Aires criticou o governo, afirmando que há um plano sistemático para desmantelar a educação pública, visto que as universidades são frequentemente rotuladas como locais de doutrinação.
O governo justifica os cortes orçamentários afirmando que as universidades públicas são fontes de ideologia socialista, no entanto, essa visão é amplamente contestada pela população, que valoriza as instituições de ensino superior. Apesar da resistência social, o governo continua a avançar com sua política de austeridade, alegando que seu plano econômico busca um equilíbrio fiscal, embora críticos afirmem que essas medidas têm prejudicado os setores mais vulneráveis, como saúde e educação. Um protesto anterior conseguiu forçar uma revisão de cortes, mas as promessas de melhorias não foram cumpridas.
Enquanto isso, o Ministério do Capital Humano defende que o compromisso com as universidades permanece inalterado, demandando apenas maior clareza na gestão dos recursos. Entretanto, os dados indicam que os professores e funcionários das universidades perderam cerca de 40% de seu poder aquisitivo desde dezembro, refletindo a gravidade da situação. Com a pressão crescente, as universidades se mobilizam em busca de garantias para seu financiamento e para a manutenção da educação pública no país.