O fenômeno conhecido como “corte seco” tem se espalhado entre crianças de 6 a 12 anos, onde elas omitindo a última sílaba de palavras em suas falas, como uma forma de imitar influenciadores digitais no TikTok e YouTube. Essa nova tendência tem gerado preocupação entre educadores e pais, que se perguntam se essa brincadeira pode impactar negativamente o desenvolvimento cognitivo das crianças, especialmente em relação à alfabetização e à clareza na comunicação. Embora alguns especialistas vejam essa prática como uma forma inofensiva de brincadeira, outros alertam para os riscos de prejuízos na formação de palavras e na fluência leitora.
Educadores e fonoaudiólogos destacam que o hábito de cortar sílabas pode estar ligado a um excesso de tempo em frente às telas, o que pode comprometer a capacidade das crianças de se comunicarem de forma clara. A falta de exposição a interações mais ricas, como contação de histórias e diálogos, é vista como um fator agravante. Além disso, a omissão de sílabas pode causar confusão no entendimento de significados, uma vez que a língua portuguesa possui nuances importantes que são expressas nas terminações das palavras.
Diante desse cenário, especialistas recomendam que os pais intervenham quando necessário, estabelecendo limites para a brincadeira do corte seco e enfatizando a importância de uma comunicação eficaz em diferentes contextos. A atenção deve ser redobrada para crianças em fase de alfabetização, garantindo que não desenvolvam hábitos prejudiciais à sua aprendizagem. A preocupação central é que, se essa tendência não for monitorada, ela pode não apenas impactar a comunicação, mas também influenciar a forma como as crianças interagem socialmente, levando a um padrão de fala acelerado e confuso.