A 29ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29), marcada para ocorrer em novembro de 2024 em Baku, Azerbaijão, será centrada nas questões de financiamento climático. Em audiência pública da Comissão Mista Permanente Sobre Mudanças Climáticas, especialistas discutiram os desafios enfrentados na pré-COP, onde os avanços nas negociações foram limitados, especialmente em relação à Nova Meta Quantificada Coletiva, que visa substituir o atual financiamento de US$ 100 bilhões anuais para países em desenvolvimento. A posição do Brasil, conforme destacado, está alinhada com o Acordo de Paris, enfatizando que os recursos devem provir de países desenvolvidos.
O debate também ressaltou a importância da participação dos parlamentares brasileiros, que devem se engajar no cumprimento das metas climáticas estabelecidas em conferências internacionais. Especialistas alertaram para a responsabilidade compartilhada entre os três poderes do governo e a necessidade de evitar retrocessos na legislação ambiental. A discussão incluiu a urgência de aprovar marcos legais para promover energias renováveis e o papel crucial das comunidades indígenas na proteção da biodiversidade, além de garantir que suas vozes sejam ouvidas nos processos de decisão.
Por fim, representantes de movimentos sociais destacaram a necessidade de uma abordagem inclusiva e antirracista nas discussões sobre mudanças climáticas. Eles defenderam que as soluções para a crise ambiental devem contemplar as vozes historicamente marginalizadas e que é essencial democratizar os diálogos sobre o clima. Iniciativas voltadas para a conscientização da juventude e das comunidades periféricas foram mencionadas como formas de engajamento da população nas questões climáticas, reforçando a importância de um debate que reflita as especificidades regionais e sociais do Brasil.