Uma carta enviada à presidência da Conferência do Clima (COP 29) destaca a importância de priorizar questões de igualdade de gênero nas discussões climáticas, sendo assinada por mais de 120 organizações globais. O documento ressalta a ausência de um espaço dedicado ao debate sobre o tema até o momento, em um evento que ocorrerá em novembro, em Baku, Azerbaijão. As entidades enfatizam a necessidade de fortalecer o Plano de Ação de Lima e garantir que políticas climáticas sejam inclusivas, com foco nos direitos das mulheres.
As organizações pedem uma consulta prévia ao evento para garantir que as demandas por ações climáticas justas e sensíveis ao gênero sejam atendidas. A carta menciona que as mudanças climáticas impactam de forma desproporcional mulheres e meninas, especialmente nas comunidades mais vulneráveis. Michelle Ferreti, diretora do Instituto Alziras, ressalta a urgência de uma abordagem mais incisiva para a construção de soluções que busquem justiça social, racial e de gênero, destacando a importância da participação feminina nos processos de decisão.
A falta de lideranças femininas na COP 29 gerou polêmica, uma vez que o comitê organizador não tinha mulheres entre seus 28 membros. Após pressão, o governo do Azerbaijão incluiu 12 mulheres no grupo, mas a crítica à disparidade de gênero na liderança climática global permanece. Essa situação é vista como um retrocesso na luta pela igualdade no clima, especialmente após a participação feminina significativa no comitê da COP 28. O conteúdo da carta se alinha aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, particularmente nas áreas de consumo responsável, ação climática e igualdade de gênero.