A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, neste domingo (20), a coordenadora técnica de um laboratório, suspeita de estar envolvida na emissão de laudos fraudulentos que resultaram na contaminação por HIV de pacientes transplantados. A investigação revela que houve uma falha operacional significativa no controle de qualidade dos testes, que passaram a ser realizados semanalmente, em vez de diariamente, com o objetivo de reduzir custos. Um técnico de laboratório já havia sido preso anteriormente e relatou que a coordenadora teria dado a ordem para essa economia.
A Operação Verum, que já se encontra em sua segunda fase, resultou em uma prisão e em várias buscas e apreensões. O processo teve início com a detenção de dois indivíduos, e mais dois se entregaram durante a semana. A polícia decidiu manter a prisão temporária de quatro funcionários do laboratório, enquanto a análise dos documentos e materiais apreendidos prossegue. O Ministério Público do Rio de Janeiro informou que o laboratório e os investigados emitiram diversos laudos com resultados de HIV, incluindo falsos positivos e negativos, afetando até mesmo crianças.
À medida que as investigações avançam, a Secretaria de Estado de Polícia Civil decidiu separar o inquérito sobre os laudos fraudulentos do Laboratório PCS Saleme e abrir um novo para investigar o processo de contratação da empresa. As ações indenizatórias por danos morais e materiais já estão em andamento contra os envolvidos, refletindo a gravidade da situação e a preocupação com a saúde pública.