Entre janeiro e agosto de 2024, o déficit acumulado das empresas estatais federais atingiu R$ 3,3 bilhões, com projeções indicando um fechamento do ano em R$ 3,7 bilhões. Este resultado representa o pior desempenho fiscal desde 2009, quando o rombo alcançou R$ 3,8 bilhões. Especialistas destacam que a crescente falta de equilíbrio nas contas das estatais não afeta apenas o governo, mas é uma responsabilidade que recai sobre toda a população, que acaba arcando com os custos.
As principais empresas estatais com déficit em 2024 incluem a Emgepron, com R$ 2,5 bilhões, e os Correios, que registraram R$ 2,1 bilhões. Desde 2009, houve períodos de superávit, impulsionados por aportes significativos de governos anteriores, mas os resultados negativos retornaram em 2023, quando o déficit foi de R$ 706 milhões. A previsão de continuidade dessa tendência de resultados ruins gera preocupações entre os analistas, que veem riscos fiscais iminentes.
O governo federal justifica que parte expressiva do déficit é decorrente de investimentos planejados e que as estatais não dependem do Tesouro para cobrir despesas operacionais. No entanto, especialistas alertam para a necessidade urgente de uma política fiscal mais rigorosa na gestão das contas, com o objetivo de evitar uma deterioração fiscal ainda maior. A revisão dos gastos e o controle eficiente são fundamentais para garantir a sustentabilidade financeira das estatais e, consequentemente, da economia brasileira.