Especialistas apontam que as contas das empresas estatais federais brasileiras devem encerrar 2024 com o maior déficit em 15 anos, alcançando R$ 3,7 bilhões. Esse cenário é preocupante, considerando que as estatais desempenham um papel crucial na contabilidade pública do país. Até agosto de 2024, o déficit já acumulava R$ 3,3 bilhões, refletindo uma reversão significativa em comparação aos superávits registrados em anos anteriores, como 2019, quando o resultado foi positivo em R$ 14 bilhões devido a aportes governamentais.
Entre as estatais que apresentam os maiores déficits estão a Empresa Gerencial de Projetos Navais, os Correios e a Infraero. O governo justificou esses resultados negativos como consequência de investimentos necessários em tecnologia e infraestrutura, que, segundo eles, não demandarão novos aportes do Tesouro Nacional. No entanto, economistas destacam que essa prática pode aumentar a percepção de risco fiscal do país, elevando juros e impactando negativamente a confiança dos investidores.
As declarações das estatais envolvidas indicam que o déficit não necessariamente reflete prejuízos financeiros, mas sim investimentos em projetos de longo prazo. Enquanto isso, a situação fiscal já fragilizada do país gera preocupações sobre a sustentabilidade de continuar repassando recursos para essas empresas. O impacto desse descontrole nas contas pode reverberar na economia, exacerbando a fragilidade fiscal e aumentando os riscos associados à dívida pública brasileira.