Os episódios de violência ocorridos antes da partida entre Botafogo e Peñarol, em 23 de outubro, continuam repercutindo intensamente. Em Montevidéu, na última segunda-feira (28), jogadores e torcedores do Peñarol se manifestaram em apoio aos uruguaios detidos no Brasil, com o time de basquete exibindo uma faixa que clamava por liberdade e a torcida estendendo um banner com a mensagem de que se defender não é delito. Esses atos refletem a indignação pela forma como os torcedores uruguaios foram tratados durante os confrontos em solo carioca.
O confronto, que durou cerca de três horas, resultou na detenção de aproximadamente 200 torcedores. O Peñarol, por sua vez, assumiu a defesa dos 21 uruguaios ainda sob custódia, enquanto relatos indicam que as cenas de violência envolveram não apenas os torcedores, mas também agentes de segurança e moradores locais, sem evidências de participação das torcidas do Rio de Janeiro. A situação gerou um clima de incerteza, levando torcedores do Botafogo a desistirem de viajar ao Uruguai para o jogo programado para 30 de outubro, após a decisão do Ministério do Interior de permitir a partida sem a presença da torcida visitante.
Em resposta, o Botafogo manifestou-se contra a decisão e acionou a CBF e o Itamaraty, enquanto a Conmebol exigiu garantias do governo uruguaio e do Peñarol para assegurar que o jogo ocorra com a presença de ambas as torcidas. Caso contrário, a entidade poderá optar por transferir a partida ou realizá-la sem público. A continuidade da rivalidade entre os clubes agora está condicionada à segurança e ao bem-estar dos torcedores, em um cenário que demanda diálogo e medidas efetivas de proteção.