O programa Fantástico estreou um novo quadro chamado “A Parte que me Cabe”, que aborda conflitos familiares relacionados a heranças de figuras públicas. O primeiro episódio destaca a disputa entre os descendentes da renomada pintora brasileira, cujo legado artístico gerou um impasse entre seus herdeiros. Tarsila do Amaral, falecida em 1973, deixou não apenas suas obras icônicas, mas também um bem imaterial que continua a gerar receita por meio de exposições e vendas. A crescente popularidade de suas obras, como o famoso “A Lua”, vendido por 20 milhões de dólares em 2019, acirrou as desavenças entre os herdeiros, que buscam seus direitos sobre essa renda.
Para entender a disputa, é crucial conhecer os herdeiros de Tarsila. Embora ela tenha se casado duas vezes e tido uma filha e uma neta, todos faleceram antes dela, fazendo com que seus cinco irmãos e seus 56 descendentes sejam os responsáveis legais por sua herança. Em busca de gerenciar o legado, a família criou a Tarsila do Amaral Licenciamento e Empreendimentos S.A., onde um dos ramos familiares, liderado pela sobrinha-neta da artista, ficou encarregado da administração dos direitos autorais e da exploração das obras. No entanto, a falta de transparência nas contas e a revelação de negociações individuais levaram a um conflito crescente entre os membros da família.
O impasse resultou no congelamento dos bens relacionados à exploração das obras de Tarsila do Amaral, que estão agora depositados em uma conta judicial, impossibilitando que os herdeiros acessem os valores até que um acordo seja alcançado. Esse bloqueio se estende até 2043, quando os direitos sobre as obras da artista entrarão em domínio público. Enquanto isso, o legado de Tarsila do Amaral continua a gerar discussões sobre heranças e o impacto de sua arte na cultura brasileira.