Um clima de tensão permeia a Bolívia após o início de investigações relacionadas a um ex-presidente, que é acusado de crimes graves cometidos durante seu mandato. Desde a segunda-feira, manifestantes, apoiadores do ex-mandatário, têm bloqueado estradas em várias regiões do país para impedir a sua prisão. Esses bloqueios, que conectam cidades importantes como Cochabamba, La Paz e Santa Cruz, foram intensificados com o uso de pedras e terra, resultando em confrontos com a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo.
Os protestos, liderados pelo Pacto de Unidade, uma coalizão de organizações ligadas ao ex-presidente, refletem a mobilização dos agricultores que buscam proteger a liberdade do político e contestar as alegações que pesam contra ele. As autoridades relataram novas rotas bloqueadas nesta terça-feira, além de conflitos contínuos em locais estratégicos, como Paratoni, onde a situação se agravou nos últimos dias. Embora a polícia tenha feito algumas prisões, não há confirmação de feridos entre os manifestantes.
Enquanto isso, o governo tenta estabelecer um diálogo com o ex-presidente, mas as tentativas têm se mostrado infrutíferas. O ex-mandatário, que já foi o primeiro indígena a governar o país, alega que as investigações são uma continuação de mentiras já desconsideradas pelo sistema judiciário anteriormente. O contexto político atual, marcado por desavenças e mobilizações, destaca a polarização que caracteriza a situação boliviana.