O recente aumento nos preços do petróleo, que se aproxima dos US$ 80 por barril, está diretamente ligado às tensões entre Israel e o Irã. Após declarações do presidente dos Estados Unidos sobre a possibilidade de um ataque israelense a refinarias iranianas, o preço da commodity disparou cerca de 5% em um único dia. Desde a última sexta-feira, a alta acumulada é de aproximadamente 8%, impulsionada pela escalada dos conflitos e pelas ameaças de retaliação de ambos os lados.
O Irã, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, tem um papel significativo no mercado global. Em 2023, o país produziu cerca de 3,9 milhões de barris por dia, representando quase 5% da produção mundial. Como membro da Opep+, o Irã possui uma influência considerável sobre os preços do petróleo, podendo colaborar com outros países do cartel para reduzir a produção e aumentar os preços, caso a guerra se intensifique. Além disso, o Irã detém uma das maiores reservas de petróleo do mundo, que são essenciais para a segurança energética global.
A localização estratégica do Irã, especialmente pelo Estreito de Ormuz, é outro fator crucial. Essa passagem é vital para o transporte de petróleo do Oriente Médio, com cerca de 20 a 30 milhões de barris transitando diariamente. Qualquer tensão que impeça a circulação de petróleo nessa rota pode causar sérios problemas de abastecimento global. Os especialistas alertam que novas sanções econômicas podem agravar a situação, elevando ainda mais os preços da commodity e afetando economias dependentes do petróleo, como a do Brasil.