A operação Fortis Status, realizada pela Polícia Civil do Pará na última sexta-feira (11), na fazenda Mutamba, gerou um confronto alegado entre policiais e homens armados, resultando na morte de duas pessoas, segundo a polícia. No entanto, movimentos sociais contestam essa narrativa, afirmando que as vítimas, identificadas como trabalhadores rurais, estavam dormindo quando a operação ocorreu e que não houve qualquer armamento pesado presente. A ação gerou uma nota coletiva de diversas associações, incluindo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), que denunciou a morte, tentativas de assassinato e tortura de trabalhadores.
As alegações de abuso foram corroboradas por relatos de testemunhas que afirmam que os policiais invadiram os barracões onde os trabalhadores estavam alojados, utilizando força excessiva e intimidando os presentes. A nota também menciona que os mortos não tinham mandados de prisão e que a atuação policial foi marcada por tiros em um momento de total desproteção para os trabalhadores. Além disso, há denúncias de torturas durante a detenção de quatro suspeitos, que, segundo os movimentos sociais, foram forçados a confessar crimes que não cometeram.
Após a operação, a Defensoria Pública do Estado (DPE) recebeu relatos de outras mortes de trabalhadores rurais e apontou a presença de crianças e mulheres na área afetada. A DPE solicitou a suspensão das medidas judiciais que autorizaram a operação, alegando condutas excessivas por parte da Polícia Civil e destacando que aproximadamente 200 pessoas ainda se encontram em conflito agrário na região. A situação na fazenda Mutamba, atualmente ocupada por grupos de famílias sem-terra, continua a ser monitorada.