Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e de Harvard conduziram um estudo que revela a importância do condicionamento físico na eficácia do tratamento do câncer de pulmão, especialmente em pacientes com metástases e caquexia. Os dados sugerem que pacientes com melhor aptidão física apresentam maiores chances de sucesso com a quimioterapia, em contraste com aqueles com baixa funcionalidade, que podem ter benefícios limitados. O câncer de pulmão, que é uma das principais causas de morte no mundo, ainda está intimamente relacionado ao tabagismo, sendo este um fator que pode ser prevenido.
O estudo, que já dura mais de cinco anos, focou em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células e utilizou testes simples, como tempo de caminhada e força de preensão, para avaliar a funcionalidade física e sua relação com a resposta ao tratamento. Os resultados indicam que a identificação de pacientes com baixa aptidão física poderia levar a uma reavaliação das estratégias de tratamento, sugerindo que a quimioterapia poderia não ser a melhor opção para esses indivíduos devido aos efeitos adversos que podem impactar negativamente sua qualidade de vida.
O próximo passo da pesquisa é investigar a possibilidade de que a reabilitação física possa melhorar a aptidão dos pacientes, considerando o exercício como uma potencial intervenção terapêutica. Além disso, os pesquisadores estão estudando substâncias no sangue de pacientes com caquexia que afetam negativamente o metabolismo muscular, buscando maneiras de mitigar esses efeitos e reverter a produção de substâncias inflamatórias. O avanço nesse campo pode não apenas melhorar a qualidade de vida dos pacientes, mas também oferecer um novo direcionamento para o tratamento do câncer.