A Comissão Europeia anunciou, nesta quarta-feira (2), uma proposta para adiar a implementação da lei antidesmatamento, anteriormente agendada para entrar em vigor em 30 de dezembro de 2023. A nova data sugerida para a aplicação da legislação, conhecida como European Union Deforestation Act (EUDR), é 30 de dezembro de 2025 para grandes empresas e julho de 2026 para pequenas e médias empresas. Essa mudança foi motivada por pressões de países produtores de commodities e visa permitir que as partes interessadas se preparem adequadamente para as novas exigências.
A legislação proíbe a importação de produtos como café, cacau, soja e carne bovina pela União Europeia se eles forem originários de áreas que sofreram desmatamento, mesmo que este tenha ocorrido legalmente. O Brasil, que prevê que cerca de um terço de suas exportações pode ser afetado por essa norma, já havia solicitado oficialmente o adiamento da lei, recebendo apoio de algumas nações da UE, como a Alemanha. A proposta ainda precisa da aprovação do Parlamento Europeu e dos estados-membros.
Entretanto, grupos ambientais criticam a proposta de adiamento, considerando-a um retrocesso nos compromissos da União Europeia em relação à proteção das florestas. Além disso, indústrias e alguns estados-membros expressaram preocupações sobre a prontidão para a implementação da lei, temendo possíveis interrupções nas cadeias de suprimento e um aumento da inflação. A nova legislação exige sistemas complexos de rastreamento, forçando os importadores a coletar informações detalhadas sobre a origem dos produtos comercializados.