Na cidade de Kherson, no sul da Ucrânia, civis estão cada vez mais vulneráveis a ataques de drones, que têm como alvo pedestres, veículos e até ambulâncias. Desde setembro, os ataques aumentaram significativamente, resultando em várias mortes e ferimentos, incluindo os de idosos e crianças. Os moradores se sentem ameaçados, e muitos relatam a necessidade de torcer por chuvas fortes, que podem impedir os voos dos drones russos. Uma residente destacou a situação alarmante, afirmando que a estrada próxima à sua casa foi apelidada de “estrada da morte” devido à proximidade das forças russas.
A complexidade do conflito é acentuada pelo uso crescente de drones, que operam em altitudes e comprimentos de onda que os tornam difíceis de serem detectados e neutralizados pelas forças ucranianas. As Forças Armadas da Ucrânia relataram que, em setembro, mais de 2.700 drones foram lançados na região de Kherson, com ataques continuando em outubro. A analista do Institute for the Study of War observou que a frequência e a velocidade dos ataques dificultam a defesa e aumentam o medo entre os civis. Além disso, há evidências de que os ataques estão sendo utilizados para gerar terror entre a população local.
As autoridades afirmam que os ataques a civis e a infraestrutura não envolvida nas hostilidades são considerados crimes de guerra. Apesar das acusações recorrentes de que a Rússia está atacando deliberadamente civis, ela nega essas alegações. Moradores de Kherson relatam que a situação se tornou insuportável, com ataques constantes que os forçam a viver em um estado de constante alerta. Muitos consideram esses ataques uma forma de “safári” mortal, refletindo o desespero e a vulnerabilidade que enfrentam diariamente em meio a uma guerra em curso.