A ópera Cinderela estreia no Theatro São Pedro, em São Paulo, apresentando uma adaptação contemporânea e inclusiva da clássica história. Com uma equipe de artistas negros em papéis principais, o espetáculo reflete um compromisso com a representatividade e a diversidade, buscando envolver o público infanto-juvenil em um enredo que também se comunica em português. A montagem é resultado de um esforço contínuo para promover a equidade racial na música erudita, destacando a importância da presença de artistas negros em espaços culturais e artísticos.
A diretora cênica, Julianna Santos, enfatiza que a Cinderela pode ser qualquer uma de nós, abordando a luta por protagonismo no mundo da ópera. A soprano Marly Montoni, que interpreta Cinderela, ressalta a evolução das referências para artistas negros e a necessidade de ocupar espaços na arte. A produção visa não apenas a inclusão de protagonistas negros, mas também a adaptação da narrativa para ressoar com plateias contemporâneas, apresentando uma Cinderela que é questionadora e confiante em sua própria beleza.
A iniciativa se alinha a um movimento maior de artistas que buscam transformar a música de concerto e a ópera, como o coletivo Ubuntu, que promove a equidade racial no setor. Com referências a outras produções que promovem a diversidade, a nova versão de Cinderela se destaca como um símbolo de mudança nas narrativas culturais e na luta por igualdade, convidando todos a reconhecer e valorizar a diversidade nas artes.