A crescente tensão no Oriente Médio tem suscitado debates sobre a influência das potências globais na região, com foco especial na China. Segundo o professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, o principal interesse chinês no Oriente Médio é a manutenção de preços baixos do petróleo. A China adquire o petróleo iraniano que não é comprado pelo ocidente devido a sanções severas dos Estados Unidos, o que lhe confere um papel crucial na economia iraniana.
Trevisan também destacou o significativo controle que a China exerce sobre o Irã, fornecendo insumos industriais e atuando como um aliado estratégico. Ele minimizou a importância das críticas feitas por lideranças russas aos Estados Unidos, ressaltando que a Rússia, ocupada em seu próprio conflito, não possui a capacidade de diversificar suas operações militares no momento. Em contrapartida, a diplomacia chinesa tem se mostrado mais eficaz, especialmente na recente normalização das relações entre Irã e Arábia Saudita, um marco significativo que envolveu a intervenção de líderes chineses.
O especialista concluiu que a China buscará ativamente evitar uma escalada da situação no Oriente Médio que resulte em um aumento acentuado do preço do petróleo. Para a China, preços altos do petróleo seriam prejudiciais, dificultando suas exportações e impactando negativamente sua economia. A postura proativa da China na região é vista como essencial para garantir sua estabilidade econômica e seus interesses comerciais globais.