O Centro de Reabilitação e Triagem de Animais Silvestres (Cetras), localizado no Bosque Fábio Barreto em Ribeirão Preto, SP, está realizando um mapeamento de áreas adequadas para a reintrodução de animais que sofreram com queimadas na região. Após um processo de tratamento, espécies como um macaco bugio e um gato mourisco foram os primeiros a serem soltos em uma área selecionada em Guatapará, com base em exames parasitológicos e de sangue que garantem a saúde e a segurança dos animais durante a reintegração.
Os especialistas do Cetras utilizam uma abordagem criteriosa para determinar as áreas de soltura, evitando o retorno dos animais a locais com alta carga parasitária. O biólogo Otávio Almeida enfatiza que, além do aspecto veterinário, que auxilia no diagnóstico de parasitas, os exames também têm relevância nutricional e ecológica, permitindo um mapeamento mais eficaz das áreas em relação aos parasitas. Até o momento, 36 animais diferentes foram atendidos pelo Cetras, e o processo de avaliação continua com outros espécimes, como filhotes de raposa e tamanduá-mirim, que ainda se recuperam de ferimentos.
Entretanto, a situação de muitos animais é crítica, e mais da metade das espécies atendidas não sobreviveu devido às complicações dos ferimentos causados pelas queimadas. Apesar dos desafios, o zootecnista Alexandre Gouvea ressalta a importância do trabalho a longo prazo, destacando que essas ações podem ter um impacto significativo na preservação da fauna silvestre no futuro. A equipe do Cetras continua firme na missão de reabilitar e reintegrar os animais ao seu habitat natural.