O ex-lutador de boxe José Adilson Rodrigues dos Santos, conhecido como Maguila, faleceu aos 66 anos e teve seu cérebro doado à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A doação foi autorizada em 2018, com o consentimento da família, e visa aprofundar os estudos sobre a encefalopatia traumática crônica (ETC), uma condição irreversível diagnosticada em Maguila em 2013, conhecida popularmente como demência do pugilista, que resulta de traumas repetidos na cabeça.
A FMUSP possui um grupo de pesquisa dedicado a investigar os efeitos das concussões e impactos sofridos por atletas de diversas modalidades esportivas, incluindo boxe e futebol. A doação de Maguila se junta a outras contribuições importantes, como as de Éder Jofre e Bellini, permitindo ao Brasil avançar na pesquisa científica sobre doenças neurodegenerativas. A unidade também mantém o único banco de cérebros da América Latina, crucial para o desenvolvimento de medidas de prevenção e compreensão das condições que afetam o cérebro.
A encefalopatia traumática crônica é caracterizada pela degeneração progressiva das células cerebrais, causada por traumas repetidos. O diagnóstico envolve exames de imagem e consideração do histórico de lesões, com sintomas que incluem perda de memória e depressão. Embora não haja cura para a ETC, cuidados paliativos e um ambiente seguro podem ajudar a melhorar a qualidade de vida dos afetados. Maguila, que teve uma carreira marcada por 77 vitórias, tornou-se uma figura carismática e atuou na mídia após se aposentar dos ringues em 2000.