Sete famílias em Rio Branco sustentam-se através da fabricação de peças de cerâmica na Casa do Ceramista Funbesa, uma instituição criada na década de 1960 para apoiar pessoas em situação de vulnerabilidade social. Originalmente voltada para a reabilitação de menores infratores, a Funbesa evoluiu ao longo dos anos, oferecendo cursos de artesanato e outras formações profissionais, atraindo uma demanda significativa de pessoas que buscam capacitação e oportunidades de trabalho. O artesão-mestre Carlos Afonso, que começou a frequentar a Funbesa aos 11 anos, é um exemplo dessa trajetória de transformação e aprendizado.
A produção de cerâmica na Funbesa preserva técnicas tradicionais que datam do período Neolítico, utilizando argila local e métodos sustentáveis. Apesar dos desafios enfrentados, como a perda de produção durante a seca histórica de 2024, os artesãos continuam a criar uma variedade de produtos, que vão desde utensílios domésticos até peças decorativas. O processo de fabricação, que leva em média duas semanas, é marcado pela habilidade e criatividade, e os produtos, que variam de preços acessíveis a mais complexos, têm ganhado reconhecimento em feiras de artesanato tanto no Brasil quanto no exterior.
A estrutura da Funbesa garante que o lucro das vendas seja integralmente repassado aos artesãos, permitindo que cada um mantenha uma renda digna. A iniciativa não apenas sustenta as famílias envolvidas, mas também promove a capacitação e a continuidade de uma tradição artesanal que se mantém viva ao longo das gerações. Com a participação do filho de Carlos Afonso na oficina, o legado familiar está garantido, reforçando a importância do artesanato como uma ferramenta de desenvolvimento social e econômico na comunidade.