O primeiro Censo das Secretárias, realizado pelos Institutos Aleias, Alziras, Foz e Travessia Políticas Públicas, revelou que apenas 28% dos cargos de secretariado nos governos estaduais e nas capitais brasileiras são ocupados por mulheres, totalizando 341 secretárias em todo o país. A pesquisa, que abrangeu 698 órgãos estaduais e 536 municipais entre novembro de 2023 e março de 2024, identificou que somente uma capital e três estados alcançaram a paridade de gênero. O estudo também destacou que 20 estados e 16 capitais não atingiram 30% de representação feminina em seus secretariados.
As mulheres estão predominantemente presentes em áreas sociais, mas sua participação em setores estratégicos como infraestrutura e economia permanece baixa. A pesquisa também mostrou que 57,4% das secretárias que responderam ao questionário se identificam como brancas, enquanto 37,8% se declaram pretas ou pardas. Apesar de 50% das secretárias ocuparem seus cargos pela primeira vez, o estudo evidenciou que as mulheres enfrentam barreiras estruturais significativas para ascender a posições de liderança, mesmo possuindo alta qualificação e experiência.
O censo indicou que 77% das secretárias pretendem continuar no setor público, mas apenas 17% estão interessadas em candidatar-se a cargos eletivos. Com recomendações para a criação de uma lei de paridade de gênero e o mapeamento das estruturas governamentais, a pesquisa sugere que a inclusão e o apoio às mulheres no serviço público são essenciais para superar os desafios enfrentados e promover uma maior equidade de gênero nas esferas de decisão política. A próxima etapa do censo, prevista para novembro, deverá abordar questões relacionadas ao trabalho doméstico e à violência política de gênero e raça.